quinta-feira, 1 de março de 2018

Apfelstrudel ... um folhado de maçã austríaco


E hoje já é dia um de março, mês em que se inicia a primavera mas que por aqui está frio, chuva e nada agradável. Se não fossem as flores a povoar as ameixoeiras e as plantas a querer rebentar, nunca diria que estamos a entrar numa estação mais quente. Mas se está frio lá fora, aqui em casa está quente e com um cheirinho bem agradável não fosse hoje o dia de mais um desafio culinário, o "Dia Um ... Na Cozinha" cujo tema deste mês é nada mais, nada menos que um strudel doce.
Posso dizer que quando soube do tema vibrei de alegria já que nessa mesma altura tinha o meu irmão por Viena a dizer maravilhas do Apfelstrudel ( e ele comeu vários para ter a certeza que eram bons ... desculpas de guloso). Comeu frio e quente, com creme de baunilha e com natas mas foi a versão com natas que lhe suscitou mais elogios e a versão que então resolvi testar primeiramente. Não sei se foi pela lembrança do strudel que se vê no filme Inglourious Basterds do realizador Quentin Tarantino, mas era esta a versão que associávamos a esta delícia.




Para quem não sabe, o apfelstrudel é uma sobremesa tradicional austríaca, nascida em Viena e popularizada internacionalmente. A receita mais antiga conhecida é de 1696, escrita à mão e guardada até hoje como uma relíquia. A sua popularidade cresceu apartir do século 18 através do Império Habsburg e hoje em dia é a massa folhada mais conhecida da Europa Central, que consta ter sido influenciada pelas cozinhas do Império Bizantino, da Arménia e da Turquia.

Mas passando à receita, a sugestão que trago hoje foi-me cedida por uma austríaca que surripiou a receita à avó e me permitiu testar um dia destes. A receita é portanto uma daquelas receitas antigas, passada de geração em geração e o resultado agradou-me bastante, gostando no entanto mais da versão fria com natas batidas sem açúcar. 
Espero que também gostem desta visita a Viena e se deliciem com um apfelstrudel que embora possa parecer algo um pouco difícil de preparar, na realidade é bem simples já que a massa é fácil de fazer e trabalhar. Levem uma fatia e digam lá se não é uma sobremesa gulosa ...  


 

Ingredientes:
- 400g de farinha
- 150ml de água quente
- 100ml de óleo de girassol
- 1 pitada de sal
- 60g de açúcar
- 8 maçãs (as minhas pesavam cerca de 1,500kg)
- uma pitada de canela em pó 
- sultanas hidratadas num pouco de rum (opcional)
- 60g de pão ralado + 1 colher (sopa) cheia de manteiga

Comece por colocar a farinha numa tigela. Junte a água, o óleo e o sal. Bata com a batedeira até obter uma massa elástica. Forme uma bola e deixe descansar durante 30 minutos no mínimo, tapando a taça com um pano. Caso tenha robot de cozinha, coloque os ingredientes no copo e programe 25 segundos na velocidade 4. Forme depois uma bola e deixe descansar 30 minutos no mínimo.

Enquanto espera pela massa, descasque as maçãs e corte em fatias finas. Envolva-as no açúcar e na canela. Reserve.
Leve ao lume a manteiga e depois de derretida junte o pão ralado e envolva até obter uma farofa dourada. Reserve.

Montagem:
Depois da massa descansada, polvilhe um pano com farinha (eu usei a bancada da cozinha polvilhada com a farinha). Estique a massa com o rolo até que esta fique bem fina e se consiga ver através dela. Coloque o preparado de pão ralado sobre a massa, depois por cima coloque o recheio da maçã e as sultanas escorridas se gostar, dobre as laterais da massa para evitar que a maçã saia e depois comece a enrolar até terminar a massa. Transfira o strudel para um tabuleiro de forno forrado com papel vegetal, pincele com manteiga derretida e leve a assar em forno pré-aquecido a 180ºC durante 40 minutos ou até que a massa esteja crocante ao toque. Retire do forno e deixe arrefecer um pouco antes de cortar em fatias.
Sirva cada fatia polvilhada generosamente com açúcar em pó e acompanhada com natas batidas (pode adicionar açúcar na natas se for guloso).

Notas finais:
- eu dividi a massa em duas partes e assim fiz dois strudel;
- juntei as passas apenas a uma das partes e pessoalmente gostei mais da versão sem as passas; 
- a receita original levava mais pão ralado mas achamos que era demasiado (como podem ver em algumas fotos) e por isso reduzimos para a quantidade descrita nos ingredientes. 


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